13.11.11

Monólogo de um psicólogo

Monólogo de um psicólogo - Por Celso Mattos

Não, não sei como estou de fato. É por isso que estou aqui, para você tentar me ajudar. Não é assim que funciona? Mas já que eu tenho que falar sem ter um caminho a seguir vamos começar. Me sinto deprimido as vezes, não sei por que, só sei que fico assim. Ah, lembrei, acho que as pessoas conspiram contra mim. Não tenho evidencias para afirmar isso, elas me perseguem e ponto. Não, não tenho religião. Sou meio ateu. Sim, meio ateu, não acredito em deus, melhor, não acredito no seu deus, ou no deus de qualquer outro. Pra mim deus, buda, krishna, hórus, e todos os outros são a mesma pessoa, melhor, melhor, são a mesma coisa, a mesma essencia. Na natureza tudo tende a se equilibrar de alguma forma, a natureza age de um jeito a economizar energia, seja ela qual for, e tende a se equilibrar com o resto da natureza, o meus deus é essa força que tenta equilibrar as coisas, simples, o meu deus é uma força de energia que age sobre tudo. Confuso demais né, eu sei. Sim, eu estudo, trabalho, atribuo a isso o meu cansaço, que é extremo. Eu cochilei na cadeira do dentista enquanto ele mexia no meu dente. Tenho a sensação de que não vou ter tempo para fazer tudo que preciso, ai corro, me desespero, perco a cabeça, é horrível. Já tentei suco de maracujá, comidas calmantes, remédios naturais. Infelizmente não deram resultados. Agora estou indo para o lado da música. Música sempre fez parte do meu dia a dia, ela me ajuda a acalmar, mas nem sempre dá certo. Eu tenho uma teoria, de que a música é toda composta por alguma 'fórmula' matemática, que a música tem muitos elementos da matemática isso é óbvio, 7 notas músicais, oitavas, semitons, frequência do som de cada nota e por ai vai. Estou falando de que as músicas têm suas fórmulas, como na matemática, e se você fizer com a música o que a matemática lhe permite fazer com sua fórmula a sua música será bela. Confesso que já tentei encontrar tal coisa, dei nome as bois, do Dó até o Si, de 1 a , e comparei com as músicas, não ficou algo harmonioso de se ouvir, mudei o sistema de numeração, contei todas as notas entre uma oitava, os tons e semi-tons, e comparei com alguma música e tentei encontrar um padrão, peguei uma fórmula periódica, tipo 7*sen(x), uma função periódica que vai de -7 até 7, o problema se encontrou no zero. Facil de contornar admitindo que o zero é uma pequena pausa, silencio. Nada demais essa teoria, gosto de pensar nessas coisas malucas.
Eu tenho também a estranha mania de gostar dos personagens que se dão mal de algum jeito, será que é porque eu me identifico com eles? Acho que não, alguns deles não tem a menor semelhança comigo. Acho que é porque, geralmente, esse tipo de personagem tem um bom coração e se dá mal, não acho que isso seja justo, tudo bem cometer um erro ou outro, mas quem não o faz? O que importa é que estão querendo fazer algo bom, dá errado, mas o principal é fazer algo bom. O que importa é isso, fazer o melhor, e sempre buscar por isso. Sou cheio de erros, mas tenho um coração bom, e disso eu me orgulho. Não é por que faço coisas estúpidas as vezes que sou uma pessoa ruim, mesmo por que eu me arrependo das porcarias que faço, corro atras e tento consertar o que posso. Não é fácil conviver com culpa, medos e insegurança, não é fácil seguir em frente como se nada tivesse acontecido. Também sei que não adianta remoer esse sentimento até não aguentar mais. Eu penso que não são as coisas que eu faço ou deixo de fazer que me definem e sim como eu as faço.

Um comentário:

  1. Anônimo8:34 PM

    CARACAAAAAAAAAAAAAA, Lola!!!!!
    Tantas memórias que me vieram agora..

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