10.2.08

Piração Consciente

Not a long time ago...

Sala de espera (ou recepção, se preferir) do trabalho da Rainha Má, ao som das melancólicas "brocas". O nervosismo é intenso, pois vim com o propósito de "informar" que estou abandonando nosso barco, pois minha mãe está extremamente deprê e, como sempre, doente. Preciso arrumar uma maneira de morar o mais próximo possível dela: estou disposta até a voltar para sua casa, atitude que com certeza será um retrocesso para mim, pois perderei quase que totalmente minha liberdade de expressão. Entretanto, existem algumas coisas que precisam ser feitas.
Por que tomar essa decisão de uma hora para outra?
E por que agora? Com certeza, o fato de a Rainha Má ter "convidado" seu atual namorado (com o qual mantém íntimo e duradouro relacionamento desde o Carnaval deste ano), sem que o sujeito "contribua" com toda a infra oferecida na nossa casa, caiu como uma bigorna em cima de tudo. Afinal, dividir o espaço por três implicaria em dividir as despesas por três, evidentemente. Jóia: um boludo na minha casa, controlando o MEU controle da MINHA televisão, colocando troféus de luta na prateleira da MINHA sala, devorando o MEU pote de mel e, pior: aumentando a disputa pela MINHA PATENTE! (Deve haver algum estudo maluco comprovando que o número máximo de usuários para um mesmo banheiro é dois.)
Estou destruída! Pois sei que isso vai ser péssimo para ela, já que é véspera da viagem ao Leste Europeu. Mas, por outro lado, ela não pensou em mim ao antecipar a ida do Minotauro lá para casa em vários meses. E, ainda, isento por tempo indeterminado de "mensalidade".
Desrespeito? Pode ser.
Inveja? Pode ser.
Frustração??? Com certeza, é.
Perda de confiança??? Mais ainda.
Como vou saber se as contas realmente não estão sendo divididas por três?
Como conviver com o sentimento de que, se fosse o contrário, com certeza ela não admitiria???
Como conviver com a porra da realidade de, lá no fundo, saber que preciso dos belos olhos azuis do meu Otorrinolaringologista para "vomitar" meus "problemas"?
Como conviver com a "humilhação" de estar há dois dias tentando contato com o cara que saí sábado e ele não atende a merda do telefone? ("Pelo menos não dei para ele... Se bem que só não dei porque ele não quis! Hum, talvez seja por isso que ele não atende minhas ligações... Bicha!").
Como conviver com a absurda demanda do meu trabalho e com a eterna cobrança interna, fruto da minha educação tirana?
Como colocar as idéias no lugar e encontrar o equilíbrio correto da utilização do meu potencial?
Como voltar a morar com a família?
Como apoiar meu correligionário?
Como conviver com a certeza de que está tudo quase tudo errado dentro de mim, mas que eu tenho que tentar arrumar tudo???

Março

2 comentários:

  1. Anônimo6:16 PM

    Família, família... Todo mundo devia ter uma, pra ver o que é bom pra tosse :P

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